top of page

Liquidez e ser Superpotência: Money! Money! Money!


A Ascensão dos Estados Unidos como Superpotência


Ser Superpotência significa antes de mais nada gozar de imensa liquidez, e que essa liquidez seja quase que “ilimitada”.


A Ascensão dos Estados Unidos como Superpotência estabeleceu um marco importante nas finanças mundiais, pois que esse conceito de liquidez do mercado Norte Americano estabeleceu uma capacidade quase que “ilimitada” de gerar recursos em direção ao seu sistema financeiro e, portanto, na capacidade de sua economia de mover fluxos contínuos de recursos monetários capazes de constantemente impulsionar seu crescimento.


Todos os países que já foram Superpotência tiveram em seu passado de glória essa capacidade de obter, de uma forma ou outra, uma imensa liquidez desde os Impérios Britânicos e Espanhol até os países europeus pioneiros na industrialização do século 19 como a Alemanha. No entanto, a diferença entre esses antigos Impérios, e o “novo” Império “Americano” está nesses mecanismos instalados no centro da economia Estadunidense capazes de gerarem liquidez como já mais visto.


Se os antigos Impérios baseavam sua capacidade de liquidez nas explorações coloniais como foi o ouro para a península Ibérica, e as colônias agrícolas e de matérias primas baratas para a industrialização dos Impérios Britânico e Alemão, o caso do novo Império Americano é diferente.


A aparente iliquidez da economia Americana demonstrada por seus imensos déficits e tamanho de suas dívidas esconde de modo elusivo uma outra face, paradoxalmente, de imensa liquidez. Então, a capacidade de gerar dívidas, gera liquidez para os Estadunidenses! Como isso é possível?


Dívida é liquidez! Essa é a genialidade por de trás da máquina econômica que move esse novo Império Americano como nunca jamais visto na história econômica do surgimento das superpotências.

Dívida é Liquidez?


Dívida é liquidez “apenas” para as condições do surgimento do Império Americano. Não vale para ninguém mais. Nem pensem em tentar!


Para entender essa questão é importante compreender como, no final das contas, os Estados Unidos surgiram como Superpotência, já com essa imensa capacidade de ter liquidez em relação ao Mundo como um todo, e de como esse “processo” continuou e vem se desenvolvendo até os dias de hoje.


Duas guerras mundiais a partir de 1914, exauriram a capacidade de gerar liquidez dos antigos Império Britânico e Alemão, e em muito menor escala a França. No final de 1945, o Mundo, e principalmente a Europa estava arrasada, e a economia Americana estava bombando. A crise de 1929 tinha se exaurido, coincidindo com o final da 2ª Guerra, e o parque industrial Estadunidense estava se desmobilizando com rapidez para atender à crescente economia Americana do pós guerra.


No entanto, preocupava os Americanos que a capacidade de desmobilização daquela impressionante indústria bélica daquele impressionante esforço de guerra acabasse gerando uma igualmente impressionante capacidade ociosa em seu parque fabril. O mercado Norte Americano não era suficiente para absorver essa imensa desmobilização da indústria de guerra para uma indústria de consumo civil dentro dos Estados Unidos.


Fazer o quê? A Europa estava arrasada e sua capacidade de consumo era nenhuma. O mundo como um todo menos ainda. Então o quê?


O Novo Midas: A Mágica de converter Divida em Liquidez


A economia Norte Americana precisava no final de 1945, desesperadamente, vender para poder sem prejuízos converter excedentes de guerra em excedentes de consumo, e com isso aumentar sua capacidade industrial a partir de tanques, munições, aviões, e navios de guerra em direção a automóveis, construção de moradias, viagens interoceânicas e terrestres. O desafio era imenso.


O que ficou conhecido como “Plano Marshall” foi a resposta. A Europa seria reconstruída, quase que do nada para se tornar uma economia de escala comparável a do próprio Estados Unidos. Então, dólares Americanos entrariam no continente Europeu para gerarem excedentes exportáveis em direção ao consumo do próprio Estados Unidos, que pagariam, obviamente, em dólares Americanos. Sub-reptício? Pirâmide financeira? Nem tanto!


Obviamente, a contabilidade externa tanto dos Estados Unidos quanto da Europa como um todo não fecharia desse modo. Era preciso enxugar esses dólares Americanos em poder dos Europeus para que isso não competisse com as políticas monetárias do Governo Americano, e trazê-los de volta para os Estados Unidos sem que gerassem inflação, mas sim liquidez. A solução foi trocar esses dólares resultado de exportáveis europeus por títulos da dívida Americana (Federal Bonds).


A mágica foi essa: saíam exportáveis europeus em direção à América; entravam dólares que eram trocados por Federal Bonds Americanos; e voltavam dólares em direção ao mercado financeiro dos Estados Unidos. Os Europeus aumentavam sua produção, e imprimiam moedas locais o que gerava liquidez para suas economias dilaceradas por duas Guerras Mundiais.


Desse modo, O governo Americano imprimia dólares que gerava produção e liquidez na Europa devastada, ao mesmo tempo que gerava consumo nos Estados Unidos. Afim de que esse esquema não gerasse inflação, o excedente era estocado em forma de dívida, que o Governo Americano usava para recolher dólares excedentes gerados pela economia europeia em reconstrução.


Os acordos de Bretton Woods que criaram o Banco Mundial para reconstrução de Infraestrutura, e o Fundo Monetário Internacional para gerenciar a capacidade de endividamento gerado por esse esquema, definiram também um padrão de troca de dólares por ouro, que era, no final das contas fictício, já que ninguém estava interessado em trocar dólares por Ouro, e sim dólares por produção e, assim, reconstruir a economia não apenas europeia, mas de todo o Mundo. Bretton Woods expandiu os esquemas do Plano Marshall da Europa para todo o Mundo. 


Partir de 1971, as necessidades de crescimento contínuo da economia dos Estados Unidos, tornaram esse padrão de troca um empecilho que foi eliminado. Dessa forma constituiu-se o sistema monetário atual em que os países trocam exportáveis por Federal Bonds, imprimem moeda local e devolvem os dólares ao sistema financeiro Americano.


A Capacidade de Liquidez dos Estados Unidos


A capacidade de liquidez de um país, o que o torna superpotência, é sua capacidade de interferir nos assuntos internos de outros países, e promover guerras sem que isso afete, ou requeiram medidas de contenção econômica dentro dos Estados Unidos. Assim, o Governo Americano pode promover guerras por tempos a fios sem que isso abale sua economia. Isso mede a capacidade de liquidez de uma superpotência.


Por outro lado, para que esse papel de Superpotência Norte Americana se complete, é preciso que só exista uma única moeda corrente no mercado mundial, ou seja, o dólar Americano. Todas as outras são apenas “currency board”. Ou seja, moedas lastreadas por “Federal Bond” através do comércio internacional, e convertíveis apenas em dólares. O mesmo esquema usado pelos Argentinos nos tempos da “Convertibilidade”. Mesmo o Euro, é uma espécie de currency board”, já que os países europeus não acumulam liquidez através dessa moeda, ou de moeda alguma.


Aliás, por esse esquema financeiro internacional atual, nenhum país é capaz de acumular liquidez através de suas moedas, todas de alguma forma são “currency board” do dólar, o que faz com que os países acumulem Federal Bonds, os quais são promessas de pagamento de dívidas com liquidez restrita, ou até mesmo nenhuma, dependendo da boa vontade do Governo Americano, e da aplicação de suas políticas monetárias.


A desmobilização destes Títulos Federais dos EUA em liquidez (dólares) só poderá ser realizada de acordo com a conveniência das políticas monetárias dos Estados Unidos, caso contrário, a acumulação de reservas em dólares pelos países, ou mesmo em euros, que tivessem capacidade de liquidez igual à dos Estados Unidos, competiriam com esta mesma capacidade do Banco Central Americano, por exemplo, o Banco Central Europeu seria responsável por definir suas próprias políticas monetárias, emitindo e drenando dólares e euros ao mesmo tempo para o mesmo local sistema monetário, independentemente das políticas monetárias do FED. O que seria confuso.


Só existe uma única moeda no mundo de hoje capaz de gerar liquidez, e é o dólar! Só existe um país no mundo capaz de acumular livremente liquidez (dólares), é os Estados Unidos! Todos os países do mundo atual dependem das políticas monetárias do Banco Central Americano para converterem Federal Bonds (dívidas) em dólares (liquidez).

Esse esquema financeiro capaz de gerar liquidez quase que ilimitada aos Estados Unidos começou com o plano Marshall, e evoluiu para a situação atual, aonde todo o Comércio Externo Mundial está estabelecido por essas condições descritas acima sem qualquer possibilidade de alternativas viáveis.

A China

O vertiginoso crescimento chinês foi parte desse esquema ampliado de um imenso Plano Marshall americano que transformou a economia atrasada da China Comunista na segunda economia mundial dos dias de hoje com um PIB (Produto Interno Bruto) do tamanho dos Estados Unidos, definindo dessa forma três grandes mercados de tamanhos equivalentes: os Estados Unidos, o Europeu e o Chinês, porém que são capazes de gerarem ”livremente” liquidez apenas para os Estados Unidos.


Pode-se notar a enormidade desse esquema de tornar o dólar em moeda de liquidez garantida para o Governo Americano, “apenas”. E obviamente isso trouxe consequências importantes, vejamos a seguir:


1-      Essa imensa liquidez do mundo americanizado (Estados Unidos, Europa e China Comunista) baseada em uma imensa capacidade equivalente de produção produziu a exaustam do processo mundial de desenvolvimento industrial que parou de crescer e começou a regredir;


2-      Essa imensa liquidez progride, a despeito da redução do crescimento da produção industrial, levando a uma situação paradoxal de crescimento da massa monetária sem o correspondente crescimento da massa de produção industrial comerciável, produzindo como consequência um imenso encalhe de produtos industriais, e consequente perigoso aumento de estoques;


3-      As políticas monetárias perdem efeito já que foram planejadas para emitir e enxugar liquidez de um mercado em crescimento contínuo, o que não é mais verdadeiro; os estoques estão altos, o consumo é muito baixo, e a liquidez é alta com moedas muito valorizadas. A inflação aumenta decorrente desses processos que geram liquidez, e não mais devido ao consumo exuberante dos 1970;


4-      As políticas restritivas desde o início dos 1980, afim de reduzir o processo inflacionário decorrente dessa arquitetura financeira mundial do dólar (liquidez), trocou altos salários por dívidas no cartão de crédito, reduzindo substancialmente a capacidade de consumo da classe média e de sua produtividade;


5-      A redução de consumo da classe média, reduziu substancialmente o processo inflacionário dos anos de 1970, mas também, acabou por gerar empregos de baixa produtividade, os quais, foram complementados por créditos (cartão de crédito), os quais, na medida em que atingiam seus limites, estancavam o crescimento econômico devido a inadimplência, gerando o que no Brasil ficou conhecido pelo nome da economia que cresce como um voo de uma galinha;


6-      Existe uma tremenda incompatibilidade atual entre liquidez, consumo e a produção, forçando as empresas a liquidarem estoques a preços abaixo dos seus custos de produção, principalmente na China Comunista, comprometendo a saúde financeira das empresas que optam por tal prática ruinosa;


7-      Existe uma de ruptura entre liquidez, inflação e massa monetária circulando na economia que afeta, principalmente, o varejo e o mercado imobiliário, devido a excessiva valorização das moedas, as quais, se tornaram os ativos tangíveis preferenciais devido as melhores garantias que seus valores presentes oferecem;


8-      Passou a existir uma dicotomia muito grande entre valor presente e valor futuro dos investimentos devido a preferência excessiva pela máxima liquidez, reduzindo as opções de investimentos no aqui e agora;


9-      Os dois pontos de maiores fragilidades nesse panorama econômico mundial atual são: por um lado, o mercado de varejo e atacado, e por outro, o imobiliário, devido a essas características descritas antes. O varejo-atacado; devido a preferência pela máxima liquidez de curto prazo; e o mercado imobiliário pelo desinteresse do mercado pelo médio ou longo prazo. O primeiro caso, gera inflação de preços que são remarcados continuamente acompanhados da correspondente redução no consumo, numa briga de braço que os atacarejistas acabam perdendo devido à instabilidade de terem que gerenciar estoques muito altos. No segundo caso, os aumentos vertiginosos nos estoques imobiliários são devidos a essa imensa saturação no mercado de produção, principalmente na China Comunista, levantando sérias dúvidas na mente dos investidores sobre a capacidade de recuperarem seus investimentos imobiliários no médio e longo prazo. Os preços dos supermercados aumentam e o das propriedades caem!


A Rússia e a Argentina


 O caso, tanto da Federação Russa quanto da República Argentina são interessantes de se comentar. O primeiro, na tentativa dos Russos em tentarem criar uma “moeda” de liquidez própria como alternativa ao dólar. No segundo caso, segundo rumores, existem quase USD 300 bilhões nas mãos de empresas e famílias na Argentina, o que gera uma liquidez alternativa que acredito que nenhum país tenha atualmente, com potencial para competir com as políticas monetárias do Banco Central Americano (FED) caso sejam despejados no mercado, o que invalida qualquer possibilidade, presente ou futura, de dolarização da economia Argentina, daí sua presente crise econômica e inflacionária.


A tentativa da Federação Russa de estabelecer uma espécie de padrão ouro para seu rublo, e usar seu poderoso mercado de commodities de derivados de petróleo e agrícola como trunfo para que o país se tornasse líquido e, portanto, superpotência não foi realista.


O impacto que as commodities russas têm para gerarem liquidez alternativa ao poder econômico dos Estados Unidos como descrito acima é nenhum. Gerar receitas com exportáveis através de esquemas de negociações no mercado mundial não é garantia de liquidez contínua. Liquidez contínua, que transforma países em superpotências requer medidas monopolistas que garantam a si mesmos liquidez, e a ninguém mais. Afinal, muitos países produzem petróleo e nenhum deles é superpotência.


É bom dizer que a Rússia desde a constituição de seu Império Romanov até a formação da União Soviética, nunca foi capaz de se constituir em uma superpotência como foram os Impérios Britânicos e Espanhol, ou ainda, os Estados Unidos atuais.


A capacidade militar Russa através de sua História recente acaba gerando restrições econômicas que acabam quebrando com suas aspirações de superpotência. A união Soviética é um bom exemplo. A Federação Russa atual é herdeira dessa de ruptura soviética que aniquilou sua produção e consumo do que poderíamos chamar de mercado Soviético. Esse mercado era artificialmente definido por razões militares, e não por uma capacidade genuína de gerar liquidez contínua para esse Império Soviético. Por isso quebrou!


Esse aparente ressurgimento da Rússia como uma aparente superpotência é tudo apenas aparente. Suas recentes aventuras militares tanto na Síria como na Ucrânia têm folego muito curto, já que sem liquidez contínua, cedo ou tarde terá que definir sérias medidas restritivas de economia de guerra e, portanto, é questão de tempo e quebrará como foi o caso da antiga União Soviética.


Seu mercado de commodities agrícolas e de petróleo não é suficiente e está dando uma ilusão de poder mundial que a Rússia não tem mais, aliás nunca teve. A Rússia, por esse caminho que percorre está queimando importantes recursos que lhes faram falta no futuro.


O caso da Argentina é peculiar! Ao longo de seus últimos 80 anos tem investido no dólar não como moeda de reserva produto do comércio mundial, mas como poupança interna, resultando em uma política monetária, obviamente, em moeda local (pesos) que é impactada pelos dólares existentes nos “colchões” tanto das famílias quanto das empresas Argentinas. Juntando-se a isso os frequentes calotes contra empréstimos externos feitos em dólares, e a conclusão é a de que o próprio Governo Argentino é quem incentiva o uso de dólares como moeda de poupança interna, trocando pesos por dólares, ficando sem reservas monetárias em seu Banco Central.


No final, a Argentina tem grandes quantidades de dólares que não refletem liquidez, paradoxalmente, embora gerem liquidez interna tornando-se parâmetro de medida de preços, gerando inflação em pesos. Como a quantidade de dólares nas mãos das famílias e das Empresas na Argentina é muito grande, qualquer tentativa de seu Governo em estabelecer um padrão monetário local é subvertido por esses que mantém dólares em seus colchões.


Esse enredo da economia Argentina é perigoso e irresponsável, dá ilusão de liquidez à sociedade local que não pode se tornar líquida com seus dólares sem que os credores vão atrás de seus prejuízos. Por sua vez, o Governo Argentino não consegue impor um padrão monetário em moeda local (pesos) sem ser comprometido por essa imensa liquidez local em dólares. Esse enredo já vem por quase 80 anos, sem prestar atenção no que significam os conceitos de liquidez, dólares, assim como, o papel do dólar e dos Estados Unidos na economia do mundo desde 1945.


O problema da Argentina foi esse. No final de 1945, tinha muitos ativos acumulados em ouro devido à Guerra, e a sociedade local como não precisou de nenhum plano Marshall, pensou que poderia seguir à margem da constituição dos padrões monetários internacionais de Bretton Woods, acumulando dólares, na ilusão de que poderia competir com os Estados Unidos em sua capacidade de liquidez ao imprimir dólares. Os Governos Argentinos, desde 1945, não entenderam bem essa questão do dólar e o poder de liquidez da economia dos Estados Unidos.


A conclusão é essa, a Argentina a cumulou uma “falsa” liquidez, que se tornou, paradoxalmente, em verdade, numa iliquidez real. A economia do país se enrosca nessa narrativa sem se preocupar em por um fim nisso. A principal reforma que a Argentina precisa é essa: por fim a essa acumulação (poupança) em dólares, e estabelecer um padrão monetário local, redesenhando, dessa forma, toda a configuração de um novo sistema financeiro nacional Argentino. O tempo dirá...


O problema, paradoxalmente, é o que fazer com esses USD 300 bilhões acumulados pela Argentina até aqui. O ponto é que esse montante de dólares está empobrecendo a economia Argentina, e não está gerando liquidez e nunca o fará.


A história pregressa da Argentina não ajuda. Todos concordam com reformas monetárias, até que o Governo começa a estabelecer um padrão monetário em pesos, acumulando dólares, que rapidamente se desvanece em formidáveis especulações contra a moeda local, o que faz com que o Banco Central jogue no mercado dólares acumulados pelas exportações. E a antiga ladainha recomeça... Inflação! Inflação! Inflação!


Uma coisa tem que ficar bem claro para os Argentinos de que não existe nenhuma possibilidade de dolarização de uma economia do tamanho da Argentina, pois que isso competiria com as politicas monetárias do Banco Central Americano. Se isso fosse possível seria o primeiro país a compartilhar a capacidade de gerar liquidez com os Estados Unidos. Não acreditem nisso! É bobagem!


 

Pelo Professor Ricardo Gomes Rodrigues

São Carlos, SP 25 de dezembro de 2023




 
 
 

Comentarios


Posts Em Destaque
Posts Recentes
Arquivo
Procurar por tags
Siga
  • Facebook Basic Square
  • Twitter Basic Square
  • Google+ Basic Square

© 2016 Desktek  Ricardo - Consultoria em Transportes

bottom of page