O valor dos Ativos e as Denominação dos Preços
- RICARDO GOMES RODRIGUES
- 21 de jul. de 2024
- 3 min de leitura

A questão atual é saber se é possível uma recuperação econômica no Brasil capaz de terminar com as ajudas sociais governamentais do tipo bolsa família, gerando empregos equivalentes.
A grande maioria dos Estados Federados no Brasil atualmente têm mais pessoas vivendo de ajuda social do que a massa assalariada. Uma recuperação econômica nessas circunstâncias teria que, aproximadamente, dobrar os postos de trabalhos atuais, afim de gerar uma massa de salário, emprego e renda que entraria na economia de uma forma espetacular, impactando todos os setores produtivos.
A questão é que a quantidade de investimentos para tal resultado teria que ser hercúlea, e não acredito que o sistema financeiro tenha essa disposição ou credibilidade para tal. Se isso fosse possível geraria um imenso processo inflacionário.
Alguém argumentaria que a China Comunista cresceu 15% ao ano por décadas sem nenhum processo inflacionário.
Bem, a China Comunista cresceu um PIB igual ao dos Estados Unidos em menos de 30 anos, e é impossível que isso não tenha gerado um imenso processo inflacionário.
Está claro que o vertiginoso crescimento chinês gerou um imenso processo inflacionário que foi camuflado, ocultado e obliterado dos resultados financeiros, de forma que o resultado é a crise que o sistema financeiro está vivendo não apenas na China Comunista, mas em todo o mundo.
O processo inflacionário ocultado no vertiginoso crescimento Chinês não se refletiu nos preços, que foram de alguma forma camuflados, ou até mesmo fraudados, mas que afetaram os valores dos ativos em geral que circulam hoje pela economia global.
O imenso processo inflacionário, obliterado pela China Comunista, colocou em dúvida toda a massa de valores monetários em circulação no mundo global de hoje.
Não há como esconder isso! Se a inflação Chinesa não se refletiu nos preços, refletiu na imensa confusão que hoje vivemos para precificar quanto vale o ativo que cada um tem em suas mãos.
Os ativos gerados por um processo inflacionário não valem nada, e pior, levantam dúvidas sobre o valor de tudo que está disponível, circulando na economia global.
Não estamos vivendo uma crise da moeda, que está hiper valorizada através de um processo inflacionário monetário extremamente contido pelo dinheiro à vista em circulação na economia global, mas estamos vivendo uma crise de valores decorrentes das imensas quantidades de ativos gerados pelo fabuloso crescimento Chinês que não refletiram a realidade dos preços gerais da economia Chinesa, contaminando, não os preços que foram de alguma forma obliterados, mas os valores dos ativos em geral que estão em circulação na economia global agora.
Estamos vivendo uma dicotomia entre os valores super valorizados das moedas, e os valores super inflacionados dos ativos. Essa dicotomia está afetando o sistema financeiro que não pode mais financiar o sistema produtivo, vivendo da especulação de papéis alocados em portfólios fictícios, já que os retornos possíveis para investimentos produtivos estão impossíveis de serem calculados devido a esse imenso processo inflacionário gerado pelo vertiginoso crescimento Chinês de várias décadas passadas.
As denominações dos preços perderam seu sentido econômico, de modo que o valor dos produtos nos supermercados não refletem as mesmas apropriações dos preços gerados no processo produtivo desde as indústrias até o agronegócio.
Como isso é possível?
Passamos a ter contabilidades diferentes para diferentes apropriações de preços, e isso está impactando a noção de valor e preço nas economias em geral, promovendo uma dissociação entre os preços de tudo que está em circulação, já que não significam mais a mesma apropriação contábil para diferentes produtos.
Então, 1 quilo de carne é resultado de uma certa contabilidade, da gasolina outra, dos imóveis outra, e assim por diante, gerando uma imensa confusão na ciência da contabilidade.
Milagre não existe. Fortunas são acumuladas através do tempo, e nenhum país se torna super potência econômica em menos de 30 anos.
Isso tudo está influenciando o crescimento potencial da economia Brasileira no momento.
Pelo Prof. Ricardo Gomes Rodrigues
São Carlos, SP, 21 de julho de 2024
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