Os Contínuos Dilemas de Trump na América latina
- RICARDO GOMES RODRIGUES
- 5 de dez.
- 2 min de leitura
As questões estratégicas propostas pela administração Trump confundem poder militar com poder político, e essas duas coisas não são as mesmas.
A ação do poder militar é essencialmente militar e não serve, de modo algum, como base para uma ação política.
E o erro de misturar esses conceitos ficou evidente nas consequências catastróficas tanto para a Alemanha quanto para o Japão em 1945.
Está claro, depois de séculos de conflitos militares, que uma ação militar que não esteja baseada numa questão essencialmente militar está condenada ao fracasso.
A Segunda Guerra Mundial demonstra esse ponto de modo inequívoco.
Então, a questão em 1939 era por quê Hitler invadiu a Polônia, se ela não representava um ameaça militar, e ainda tropas alemãs marchando sobre o Arco do Triunfo são exemplos claros de como ações militares equivocadas foram usadas para justificar ações políticas de modo desastrado com consequências nefastas que repercutem até os dias de hoje para a Alemanha.
E tanto para o caso da Polônia quanto para o caso de Paris os resultados dessa tentativa de misturar força militar com ações de ordem essencialmente política foram ”catastróficas” para a Alemanha de 1945.
Outra questão relevante é entender por que os norte americanos somente entraram na guerra depois do ataque japonês sobre a base militar de Pearl Harbour.
Nesse caso, a questão fica não somente clara mas evidente.
Os japoneses usaram de uma ação militar para justificar uma ação política desastrada.
E por outro lado, os Estados Unidos esperaram “pacientemente” para justificar uma ação militar para resolver uma questão de estratégia militar, e não para demonstrar um poder político, que no final de 1945 ficou evidente para todos tanto do ponto de vista militar e político.
Então, os japoneses estavam totalmente errados quanto aos resultados políticos das dimensões de seu ataque militar à Pearl Harbour. E como para os alemãs os resultados foram igualmente catastróficos.
Mas, a questão relevante, nesse debate é entender por que afinal a questão militar não justifica poder político (e vice versa)?
A resposta e simples, mas complicada de se entender. Mas, os exemplos estão em toda parte. No próprio Estados Unidos.
Afinal como 13 colônias pobres puderam derrotar o poderoso exército britânico.
Esse é um bom exemplo para explicar como uma ação política determinada vence obstáculos militares aparentemente intransponíveis. E, paradoxalmente o contrário é também verdadeiro.
O ataque japonês a base militar Americana em 1941 justificou uma avassaladora resposta essencialmente militar.
Vejam que tanto para a questão da revolução americana de 1776, quanto para a vitória norte americana na segunda guerra em 1945, tanto as questões de estratégias militares (Segunda Guerra), quanto para as questões de estratégias políticas (a revolução americana) está mais que claro e óbvio que estas duas coisas não se misturam, e quando o fazem terminam de modo desastroso como foi tanto para o Japão quanto para a Alemanha em 1945.
Pelo Professor Ricardo Gomes Rodrigues
São Carlos, 05/12/2025, São Paulo












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