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Por que o Liberalismo não Progride no Brasil _Terceira Parte

Concurso Público e acúmulo de riqueza e poder


O pensamento republicano do pós 15 de Novembro eliminou o risco na gestão das elites da casta cívico-militar brasileira, e isso foi imposto pelo intervencionismo Yankee.


O pensamento republicano brasileiro, resultado de um golpe militar, não podia conviver com uma elite que fosse dinâmica, resultado de uma sequência histórica coerente através do tempo, sendo capaz de a partir dessas oportunidades históricas criar riqueza e poder.


Ordem e progresso tornou-se o lema artificial que engessava essa capacidade de se criarem surpresas desagradáveis às imposições Americanas de alinhamento automático do Brasil aos seus interesses estratégicos e geopolíticos.


Afinal, empreendedorismo, a partir de oportunidades históricas, transforma riqueza em poder, e esse era justamente o que precisava ser reprimido nessa casta dirigente americanizada que passaria a “governar” o Brasil desde 15 de Novembro de 1889, tendo como modelo o próprio capitalismo empreendedor Yankee, mas sem os mesmos resultados, e a culpa recairia, de acordo com esse falso discurso liberal, ao excesso de impostos, peso do Estado, ou ainda, a nossa “pesada” herança ibérica de origem católica.


O pensamento republicano brasileiro de caserna e “Ordem e Progresso” impõe um discurso conformista de criminalizar nossas raízes culturais, criando uma narrativa de necessidades permanentes de reformas sem fim para se definir um Estado liberal americanizado de fachada, sem resultados, pois que o problema está justamente na incapacidade dessa casta dirigente cívico-militar em suportar riscos.


Sem riscos, as oportunidades históricas desaparecem, e a riqueza criada pela casta cívico-militar brasileira passa a ser patrimonialista e contábil, sem possibilidade alguma de criar poder, nos reduzindo a esse quintal puteiro Yankee.


Como consequência, criou-se um capitalismo brasileiro seguro e de caserna, capaz de operar apenas dentro dos limites impostos pelo subsolo da Embaixada Americana para se evitar surpresas.


Afinal, oportunidades podem se tornar riqueza e poder, e justamente essa equação era o que precisava ser evitada no contexto desse regime “capitalista” Brasileiro de fachada que teria como propósito ser permanentemente irresolvível devido nossa “pesada” herança ibérica e católica.


Não há como criar uma classe empresarial dinâmica sem risco, evitando oportunidades históricas e neutralizando a equação risco, oportunidades, riqueza e poder.


Esse capitalismo de fachada imposto pelo subsolo da Embaixada Americana no Brasil tem como objetivo conter nossa economia dentro dos limites da geração de riqueza sem oportunidades e, portanto, estéril e sem poder, estando sujeita apenas aos interesses estratégicos geopolíticos Yankees.


Para se alcançar esses objetivos de uma economia estéril de geração de riqueza e sem poder, era preciso domesticar essa casta cívico-militar dirigente, e mantê-los rigidamente dentro dos limites dos interesses geopolíticos Norte Americanos, não apenas para sua dominação sobre o continente sul-americano, mas também, sobre o Atlântico Sul.


A equação resultante do modelo capitalista de fachada do pós 15 de Novembro de 1889 foi a equação: concurso público, geração de riqueza patrimonialista, resultando numa economia sem risco, sem oportunidades, ou geração de poder.


Para que essa equação funcionasse bem, a gestão dessa fórmula econômica inócua deveria ser gerenciada por um discurso moralista de caserna e autoritário que criminalizaria a livre iniciativa, o empreendedorismo, transferindo poder para uma elite obediente, bem comportada, a qual, ao menor sinal de desvio estaria sujeita a ser golpeada pelo corpo de Generais, para os quais, e sob o ponto de vista da Embaixada Americana, a classe civil no Brasil era em princípio subversiva e tinha como objetivo derrubá-los do poder.


Era preciso evitar isso a qualquer preço.


Se concurso público passaria a ser uma parte da geração de riqueza nesse capitalismo de fachada imposto pelos interesses Americanos no Brasil, a outra parte, seria a geração de riqueza própriamente dita que deveria ter objetivos contraditórios: ser capaz de gerar valores, mas ao mesmo tempo serem valores inócuos na geração de oportunidades e poder.


Para se atingir esses objetivos contraditórios de uma riqueza, por assim dizer, inócua de poder seria preciso manter essa elite cívico-militar de mãos atadas aos interesses Yankees, gerando uma economia de franquias capaz de gerar riqueza dentro dos limites dos interesses de empresas Americanas ou estrangeiras, servindo apenas como acessório econômico, sendo incapaz de gerar oportunidades ou poder.


Essa economia acessória gerada por franquias estrangeiras tornava o empresariado brasileiro bem comportado aos interesses estratégicos da geopolítica Yankee no continente.


Desse modo, os empresários brasileiros gerariam commodities agro minerais, mas estariam atrelados à comercialização dos players globais como Bunge, Cargill, Dreifus ou ADM. E ainda, estariam sujeitos a importarem fertilizantes, tornando o agronegócio brasileiro um refém, e inócuo em sua capacidade de gerar oportunidades e poder, mas estarem domesticados aos interesses geopolíticos Yankees e do mercado global.


As indústrias, a partir da substituição de importados, seriam operadas pela Ford, Chevrolet, ou ainda por multinacionais especializadas em diversas áreas; automobilística, farmacêutica, aço, etc.


A geração de riqueza para essa indústria brasileira estaria sujeita a importação de peças e acessórios chaves, e seriam capazes de gerarem empregos, mas seriam inócuas na capacidade de operarem tecnologia, oportunidades e poder no mercado global.


Pelo lado do empresariado brasileiro domesticado sem risco no mercado global, a geração de riqueza seria feita a partir de franquias compradas no exterior dentro de um rígido controle de quem, como e onde operariam, e seriam distribuídas entre amigos, parentes ou cupinchas.


Pelo lado da classe média, oportunidades seriam geradas pelo pequeno comércio de compra e venda, e alguns poderiam prosperar, e até se tornarem momentaneamente grandes varejistas ou atacadistas, mas sem fôlego para gerenciarem riscos e oportunidades, acabariam perdendo.


Pelo lado dos militares, oportunidades seriam gerenciadas por empresas Estatais dentro dos limites e oportunidades do próprio Estado Brasileiro. Assim, nasceram Banco do Brasil e Petrobrás. Mas, como os militares seriam incapazes de administrarem riscos e oportunidades no mercado global, suas capacidades de gerarem poder seriam meramente institucionais para as condições de operação desse Estado Brasileiro militarizado do pós 15 de Novembro, com o objetivo apenas de enaltecer as capacidades gerenciais do Generais Brasileiros, (Geisel na Petrobrás é um bom exemplo), para além de ações militares.


Como conclusão, podemos perceber que a economia capitalista de fachada, que nos foi imposta pelos Yankees aqui no Brasil, seria capaz apenas de gerar riqueza sem riscos, oportunidades, e portanto sem ambição alguma de poder, ou ainda, peso geopolítico no mercado global.


O resultado dessa nossa economia brasileira sem risco tem sido o acúmulo de “riqueza” patrimonialista e contábil, a partir de altos salários gerados através de concursos públicos para empregos públicos e estatais, ou ainda, através de oportunidades momentâneas geradas nos limites das franquias domesticadas pelos interesses geopolíticos Yankees no mercado global.


Daí empresários que surgem e desaparecem rapidamente ao longo da história econômica do Brasil, incapazes de operarem riscos, oportunidades e gerarem poder sólido e estável.


Os únicos que permanecem no longo prazo são aqueles que pertencem a casta cívico-militar dos togados, fardados e concursados. Esse é o preço pago no longo prazo para se ter uma economia estagnada sem risco em processo de regressão em nosso desenvolvimento econômico-social.


Pelo Prof. Ricardo Gomes Rodrigues

São Carlos, 17 de maio de 2024



 
 
 

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