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Blockchain: um novo capítulo entre as finanças e a produção

A questão principal entre as finanças e a produção hoje é a “neutralidade” da moeda como meio de pagamento e sinalização de valores.

A capacidade das moedas fiduciárias em serem neutras está exaurida, já que se tornaram instrumentos de capitalização descompromissados de uma real significância devido as suas emissões descontroladas, focadas em títulos de dívidas, gerando dúvidas em relação a sua liquidez.

A questão da neutralidade das moedas está assentada na própria questão da liquidez que elas representam.

O que é então liquidez? Liquidez deveria ser a capacidade das moedas em gerarem valores “neutros”, ou seja, incapazes de serem manipulados por nenhum tipo de garantia.

Os metais como ouro e prata, historicamente exerceram esse papel de ao mesmo tempo representarem liquidez e neutralidade. Neutralidade vista aqui como “valor” não fiduciário.

Liquidez como podemos perceber está associada, então, a neutralidade em que é capaz de gerar valor.

O ouro e a prata tiveram essas características até o desenvolvimento da moderna sociedade industrial, a qual passou a gerar valores, transformando capital, terra e trabalho em bens de consumo.

A noção de liquidez mudou diante desse fato em que valores passaram a ser gerados pela produção, rompendo com a neutralidade (raridade) das antigas moedas metálicas.

Diante do surgimento da era industrial, e principalmente das linhas de montagem capazes de gerarem uma grande quantidade de “valores” produtivos, a própria questão das moedas como elementos neutros de liquidez ficou embaralhada.

A antiga neutralidade (raridade) das moedas metálicas, e sua capacidade de liquidez ficou dissociada da ideia de valores quando esses valores passaram a serem produzidos pelas linhas de montagem.

Esse fenômeno econômico da produção em massa dissociou valores da liquidez, que deixou de ser neutra, mas sim um resultado produtivo de bens de consumo.

A capacidade de nossa civilização industrial em gerar valores produtivos, criou o mecanismo de “salário, emprego e renda” como a liquidez necessária tanto para o consumo quanto para os investimentos.

A partir daí, valores passaram a ser “definidos” em confiança, fazendo com que a noção de liquidez perdesse neutralidade (raridade), tornando-se abstrata.

A era das moedas fiduciárias nos levou a essas emissões descontroladas de todos os tipos de títulos e moedas de capitalização, passando por qualquer tipo de “derivação”, até mesmo um cheque (sem fundos)...

A consequência resultou no descrédito da confiança fiduciária já que valores não apenas passaram a ser gerados em massa pelas linhas de montagens das indústrias, mas também, foram acompanhados por essa inflação de títulos e moedas, os quais perderam qualquer referência aos valores produtivos, confundindo valores, neutralidade e liquidez. E, essa é a crise do nosso tempo.

A crise do nosso tempo é a crise do tempo propriamente dito já que a velocidade em que a produção passou a lançar produtos no mercado, levou a uma comoditização não só de produtos, mas de valores em geral, impactando as moedas que passaram também a serem vistas como mercadorias.

Liquidez, neutralidade e valor foram impactados pela comoditização de nossa sociedade industrial, que ao produzir valores em massa, não foram acompanhados das devidas precauções nas referências que faziam às emissões fiduciárias, sendo considerados também valores “produzidos” em massa.

Passamos a ter, então um conflito de valores e significância entre produtos de consumo e moeda, os quais dissociaram preços e custos dos tempos da produção, do aqui e agora, do hoje, do amanhã e do depois de amanhã, embaralhando desse modo valores, liquidez, neutralidade e garantias.

As cripto moedas passaram a ser uma evolução das moedas metálicas como ouro e prata, até as moedas fiduciárias (em garantia), tornando-se um possível remédio para se reinventar a noção de liquidez, neutralidade e valores.

Como as cripto moedas são geradas através dos mecanismos do blockchain dentro de rígidos limites de emissão, a noção de liquidez passa a se referir às transações comerciais “reais” que nelas operam, e não mais pela capacidade das linhas de montagem da produção em massa em gerarem, salário, emprego e renda, que dissocia produção de riqueza industrial da geração de valores financeiros.

Dessa forma, as operações no Blockchain geram não apenas um novo conceito de liquidez, mas também, a necessária neutralidade perdida pelas moedas fiduciárias ao estarem intimamente ligadas ao ritmo da produção em massa , perdendo de vista sua neutralidade, tornando-se uma commodity gerada no compasso das linhas de montagem.

O Blockchain chega com essa capacidade de reescrever um novo capítulo em nossa sociedade industrial na sua capacidade de gerar valores, que ao longo dos tempos tem evoluído das moedas metálicas, fiduciárias até as atuais moedas digitais. 16/01/2025

 
 
 

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