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Inundações na Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)

A despeito do óbvio volume intenso das águas de chuva que recentemente se abateram sobre a cidade de São Paulo, o que provoca inundações não é o clima, mas o relevo.

O revelo do Planalto central do Brasil, ao longo das eras geológicas, tem recebido cargas intensas de chuva, o que provocou deformações geológicas no relevo do Planalto Central do Brasil, criando bacias de contenção para essa água toda.

O relevo da cidade de São Paulo é característico dessas deformações.

Existe um processo bem claro de união geológica das bacias hidrográficas dos rios Tietê, Pinheiros, Tamanduateí, pela força de contenção que o maciço da Cantareira na zona norte de São Paulo exerce no escoamento das chuvas em direção as zonas sul e oeste, empurrando um grande volume de escoamento de água em direção as bacias de inundações dos rios Pinheiros, Tietê, Tamanduateí, assim como, em direção a diversos outros riachos que existem nessa região.

Na medida em que cresceu rapidamente a cidade de São Paulo, que tinha 2,5 milhões em 1950 até atingir os atuais 10 milhões, chegando a 20 milhões nas áreas cornubadas de sua Região Metropolitana (RMSP), a ocupação do solo vem alterando constantemente o relevo da cidade, criando novas sub bacias de inundações e alterando outras já existentes. Assim, as águas de chuva ora inundam uma região, ora outra.

A intensidade dessas inundações em certos pontos localizados, demonstram bem como o relevo dessas áreas em particular têm sido modificadas recentemente.

Cada vez que se constrói uma estação de Metrô, uma via expressa, um trevo, um acesso, uma passarela essas obras modificam as sub bacias de inundações existentes, empurrando um maior volume de água numa direção ou outra, redistribuindo essas quantidades de água nas mais diversas direções, pressionados pela serra da mantiqueira que forma um anel em torno da cidade.

Desse modo, a inundação em um ponto pode estar sendo causado por obras de estações de metrô, ou outro tipo de construção a vários quilômetros de distância.

Essas obras criam pequenas sub bacias que acabam servindo de áreas de contenção de água, daí as inundações em pontos que eventualmente nunca tinham sido inundados antes.

Os piscinões não resolvem o problema, pois que servem como cisternas de armazenamento, não obras de contenção ou escoamento de águas de chuvas, já que as sub bacias hidrográficas estão sendo constantemente modificadas.

Então, um ponto para o qual um piscinão, antes resolvia o problema de inundação, agora não resolve mais, já que o escoamento das águas modificou-se em outra direção.

É preciso ter uma visão mais ampla a respeito do entendimento que se tem atualmente sobre a complexidade tanto do clima quanto do relevo da região altamente conurbada da cidade de São Paulo.

A noção de risco climático na cidade de São Paulo como podemos perceber, não é fixo para uma determinada região, mas se expande em direção a diversas regiões devido as constantes modificações provocadas pelo sistema relevo-clima. Um ponto, considerado de risco antes, pode agora não ser mais o mesmo

Chuvas intensas são eventos climáticos comuns na cidade de São Paulo, pois que está numa linha divisória do clima demarcado pelo trópico de Capricórnio, divisão entre as regiões tropicais e sub tropicais, ora predominando o clima quente e seco do Planalto Central, ora o clima frio e úmido do sul do Brasil desde a Patagônia.

Conclusão, São Paulo está numa região de alta complexidade climática, e de grandes perturbações atmosféricas, o que provoca alterações “contínuas” em seu sistema relevo-clima que é, em última análise, o que provoca inundações na cidade, e eventualmente próximas as estações de Metrô, já que essas construções criam profundas alterações na circulação de água entre bacias e sub bacias de inundações em toda a região metropolitana (RMSP). 26/01/2025

 
 
 

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