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As Maravilhas do Código Penal


A História do Homem e o Código Penal


Um país é formado pela sequência dos fatos históricos que o criou, e não por uma coleção de citações jurídicas a partir de casos coletados em cortes de justiças com o objetivo de justificar fatos sociais e políticos, definindo valores morais da sociedade e o curso de seus acontecimentos históricos.


A Judicialização de uma sociedade é quando ela abdica de suas responsabilidades na sua conduta ética e moral em prol do código penal, e transforma esse código penal em uma sucessão de casos jurídicos processados em cortes de justiça, transformando tradições e costumes em crime e castigo. Punição transformada em justiça, perdendo de vista o legal, o social e o político através da judicialização que transforma juízes em sacerdotes desse mesmo regime laico e secularista, desvinculado das tradições e da sequência dos fatos históricos que criam, países e civilizações e não tribunais de justiça.


Países e civilização são governados pelo conjunto da sociedade, e o que narra seus acontecimentos é o livro do homem, de sua história, e não do código penal, ou ainda, de uma sequência de casos e decisões de cortes de justiça.


Quando um país relega sua História a casos jurídicos, promovendo uma eterna judicialização é por que esse país privilegia  a militarização da sua história para sua sobrevivência espúria, descambando a narração da história do homem para os interesses politiqueiros das organizações militares, que confundem, a menudo, a sobrevivência do país com sua própria, tornando esse mesmo país numa sociedade sem uma narrativa histórica, mas aquela descrita no código penal e dos casos e decisões dos tribunais, equalizando o júri, o juiz  a Generais, agora também a Generalas.


Assim, essa sociedade nunca alcança a paz, já que passa representar a luta de seus Generais por uma sobrevida que a paz lhes nega, justificando, dessa forma, mais uma guerra, mas um caso jurídico, incrementando o código penal, emponderando juízes e desemponderando o cidadão, ficando a sociedade cativa das decisões judiciais, e não mais das narrativas históricas, políticas e sociais que a formavam e a justificavam

A Formação do Complexo Industrial Militar


Vitoriosos no final de 1945, após uma guerra devastadora na Europa, a imensa quantidade das forças militares em jogo, então, não se desmobilizaram, e para justificar a sobrevida dos Generais, criou-se a “Guerra Fria”, um estratagema que justificava a continuidade de uma infinidade de guerras, e como se isso não bastasse passou a justificar também, golpes e revoluções gloriosas. Tudo isso para justificar a sobrevivência das organizações militares em torno do que acabou ficando conhecido como o “Complexo Industrial Militar”.


A criação desse complexo industrial militar, transferia em parte os conceitos de operações militares para a própria economia, que a industrialização transformava em objetivo e alvo dos militares, como ficou bem demonstrado pelo desenrolar da Segunda Guerra Mundial. Economia passou a ser então economia de guerra, e indústria como parte de um “complexo” industrial militar, o qual foi progressivamente militarizando nossa sociedade, e a narrativa de nossa história em objetivos também militares, transformando fatos históricos em precedentes jurídicos baseados na codificação contida no código penal.


Como podemos perceber, os juízes e os tribunais se juntaram aos Generais para fazerem parte dessa sociedade militarizada sem nunca atingir a paz, fazendo com que a guerra se tornasse um objetivo que se alastrou por todo o seio de nossa sociedade humana, a qual passou a conviver com o delírio militarista de um tiroteio diário; e com a criminalidade que precisava ser contida, obviamente, pelo código penal, transformando o conceito de república, do laico e do secular na própria organização militar, ampliando a noção desse “Complexo Industrial Militar”.


A Contínua judicialização tornou-se mera consequência na sequência desses eventos que criaram esse complexo militar.


O Ápice da Guerra Fria e do Complexo Industrial Militar


Na medida em que as forças militares no pós 1945 não se desmobilizaram, passou a haver uma ampliação significativa desse conceito de Complexo Industrial Militar, que foi progressivamente assumindo funções por sobre toda nossa sociedade, tentando justificar objetivos militares, e de segurança nacional, em conjunto com os rumos políticos de nossa sociedade, alterando significativamente não apenas nossa narrativa histórica, mas distorcendo, mentindo e impondo, no final das contas, uma falsa narrativa aonde quase tudo passa a ser não apenas mentira, mas muito pior, uma distorção dos eventos históricos, servindo de matéria-prima para teorias conspiratórias estimuladas pelos próprios militares com a consequente desarticulação dos eventos, e das críticas às narrativas históricas.


Através da justificativa de Segurança Nacional, as organizações militares passaram a ditar nas sombras os objetivos históricos de nossa sociedade, e pior, usando dessa justificativa passaram não apenas a mentir e distorcer fatos históricos, mas também de intervir militarmente em nossa sociedade através de golpes de Estado, ou da falsificação pura e simples de acontecimentos que poderiam desagradar os Generais guardiões da Segurança Nacional.


Em nome do progressivo e continuado desenvolvimento econômico, nossa sociedade foi pouco a pouco aceitando os efeitos dessa tutela, e intervenção militar nas sombras que acabaram por se constituírem um governo sombra, operando nas catacumbas de quartéis.


A consequência tem sido a alienação, o anestesiamento e o amortiguamento dos eventos de nossa história, nos transformando todos em zumbis de resultados financeiros, mais preocupados com o resultado das Bolsas de Valores do que investigar, analisar, e refletir sobre nossos eventos históricos, políticos e sociais.


Do Assassinato de Kennedy ao Caso Mônica Levinsque


 O assassinato do Presidente dos Estados Unidos, abatido a tiros no meio da rua como um cachorro, traumatizou o país em ondas de choque que se espalharam pelo mundo.


Primeiro, Dallas ficou paralisada, pois sabia quem era Lee Oswald, e como era pouco crível que ele tivesse matado Kennedy, depois veio o medo de todos que o conheciam que poderiam ser a próxima vítima.


Na própria delegacia de polícia aonde Lee Osvald passou a noite ficou claro desde o Delegado até os policiais que o prenderam que aquele homem em Estado Histérico de Choque jamais poderia ter matado um Presidente, e que esse caso jamais seria crível num tribunal de justiça devido a fragilidade social de Lee Osvald. Todos em Dallas sabiam disso!


As ondas de choque não demoraram a chegar à Washington, e abalaram a classe política americana, demonstrando como o homem, por suposto, mais poderoso da face da Terra podia ser abatido a tiros como um animal no meio da rua.


A perda de Cuba para a revolução de Fidel Castro tinha sinalizado uma certa reversão nos efeitos da guerra hispano-americana de 1893. De súbito a antiga frota espanhola sediada em Havana voltava para assombrar as estratégias militares Yankees, diminuindo o conceito de sua predominância militar no Continente, e o possível reerguimento das culturas Ibéricas do português ao espanhol, o que de fato poderia, e aconteceu, atingindo em cheio a joia da coroa imperialista anglo-saxônica que era o Brasil devido sua posição extremamente estratégica no cruzamento de rotas marítimas no Atlântico Sul.


A perda de Cuba sinalizava o possível fim da predominância Yankee desde o Caribe até o Atlântico Sul.  Kennedy foi responsabilizado por isso! E muito mais, sua possibilidade de reeleição estavam encerradas, e o aniquilamento do Partido Democrata era esperado sem qualquer possibilidade ou alternativa possível.


Nixon e os Republicanos, só precisavam se sentar e esperar. Os Democratas tinham sido mordidos pelo “Dragão de Comodo”, e a infecção ameaçava se espalhar, contaminando de morte todo o sistema bipartidário secular. Lyndon Johnson vinha das forças mais retrógradas do sul dos Estados Unidos, e era uma tremenda mala sem alça difícil de carregar ou arrastar.


Consequentemente, a narrativa da História dos Estados Unidos da meia volta, e passa a ser manipulada pelo complexo industrial militar em sua teia de ramificações desde o jurídico até a classe política.


A principal vítima foi Kennedy que morreu aos 42 anos sem saber o que tinha acontecido ao homem mais poderoso da face da terra de então.


Desde então, a História dos Estados Unidos deixou de ser uma sequência de eventos de seu povo para ser uma fabricação, uma falsificação, um mito, uma mentira para se atingir objetivos de Segurança Nacional e estratégias geopolíticas. Sob esse ponto de vista, a vítima não foi apenas Kennedy, mas a própria História dos Estados Unidos e de seu povo.


A partir do assassinato do Presidente Kennedy, o homem por suposto, mais poderoso da face da Terra, os Estados Unidos deixaram de ter uma narrativa histórica coerente, aliás, deixaram de ter uma História.


Os Estados Unidos passaram a ser governados por uma classe política implicada numa trama, num Golpe de Estado contra Kennedy, o que reduziu sua narrativa de continuidade constitucional a pó, e pior, camuflada pela mentira.


Todos os eventos políticos Americanos que se seguiram ao assassinato de Kennedy passaram a estar contaminados pela patifaria, e pelo medo de um povo que sob o prisma das benesses do desenvolvimento econômico passou a fechar os olhos a infiltração militar por todo o tecido constituído do Estado Americano, alterando, falsificando, mentindo sobre quase tudo em nome de uma Segurança Nacional que destruiu não apenas a História, mas o próprio Estados Unidos, que sem História coerente de seu povo passou a ser um projeto dom complexo Industrial Militar, governando e tutelando a sociedade Americana nas sombras.


Os eventos do escândalo Monica Levinsque demonstram bem esse ponto de um governo sombra por sobre os Estados Unidos.


Bill Clinton foi eleito Presidente com o parecer contrário de todos os órgãos de informação do Estado Americano, não apenas por suas origens, e relacionamentos passados de sua peseudo família, mas porque ele era produto de uma certa vingança social que os liberais democratas, sobreviventes a duras penas ao assassinato de Kennedy, queriam impingir junto com as esquerdas Harvadianas, e o complexo militar, a qualquer possibilidade de sobrevivência de qualquer forma de conservadorismo, e tradições históricas Americanas, colocando, nas sombras, um desclassificado moral na Casa Branca ávido por se vingar, nas sombras de suas origens pouco recomendadas.


O resultado foi escandaloso para uma sociedade Norte Americana militarizada já há muito acostumada ao escandaloso, enterrando tradições históricas de quaisquer espécies, e impondo em definitivo uma certa República laica fundamentalista Yankee de Boston e Nova York.


O Caso Mônica Levinsque não foi apenas sobre atos libidinosos praticados dentro do Salão Oval da Casa Branca por um Presidente Americano, mas uma vingança de um rancoroso passivo-agressivo contra as tradições históricas dos Estados Unidos, marcando como um animal raivoso seu território dentro do poder máximo que, por suposto, seria o sofá principal do Salão Oval.


Quando o caso veio à tona, não foi uma surpresa para os órgãos de informação sérios do Estado Americano, mas uma consequência óbvia de uma Nação que tinha perdido sua História para o Complexo Industrial Militar, para a alienação e o amortiguamento dos resultados financeiros de Wall Street.


Quando um dia esse amortiguamento financeiro passar, e passará, já que nada dura para sempre, a Nação Americana terá deixado de existir, pois que há muito deixou de ter sua História narrada pelas ações de seu povo, mas pelas maravilhas do código penal, da judicialização e do tiroteio incessante de uma história desnorteada, e ao mesmo tempo glorificada sem noção! Produto apenas de ações militares “patriotas” desde John Kennedy até Bill Clinton!


Pelo Prof. Ricardo Gomes Rodrigues

São Carlos, SP, 11 de julho de 2024




 
 
 

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