Por que o Liberalismo não Progride no Brasil _Primeira Parte
- RICARDO GOMES RODRIGUES
- 14 de mai. de 2024
- 3 min de leitura
A Formação do Estado Brasileiro: intervencionismo versus empreendedorismo
A formação de um país está intimamente ligado à formação de suas elites através de sua evolução histórica.
A formação do Estado Brasileiro passou de uma elite monárquica empreendedora através de uma evolução histórica desde a era das navegações em 1500; para uma casta cívico militar resultado do intervencionismo militar Americano do século 19 em 15 de Novembro de 1889.
Os eventos cataclísmicos desse 15 de novembro no século 19 definiram um pensamento governante militar positivista baseado nessa noção de “Ordem e Progresso”, a partir de uma elite estruturante e autoritária que tinha como objetivo definir os interesses geopolíticos Yankees no Atlântico Sul.
Antes, durante o período monárquico, a geopolítica do Estado Brasileiro tinha sido herdado do Império Português que definia uma predominância ibérica no Atlântico Sul, fruto do empreendedorismo português para além Tejo. Essas elites monárquicas senão totalmente empreendedoras tinham sua gênesis histórica no risco, na aventura, e na procura pelo novo caminho alternativo para as Índias.
Já essa casta cívico militar imposta pelos interesses geopolíticos Yankees tem suas gênesis no pensamento conservador acanhado, canhestro, autoritário avesso ao risco e ao novo, mas sim, as alternativas “absolutamente” seguras amparadas, portanto, no intervencionismo Estatal, não apenas, pelo uso da máquina pública em seu próprio benefício, mas também, pelo uso da força, quando necessário para manter seus privilégios, ou ainda, para realinhar os objetivos estratégicos do Estado Brasileiro aos interesses estratégicos Yankees no Atlântico Sul.
O resultado tem sido golpes frequentes e a existência de 9 constituições ou ordenamentos jurídicos nos últimos 130 anos, além de perseguições, encarceramentos e torturas contra dissidentes desse regime republicano de cunho militarista, resultado do persistente e tenaz intervencionismo Americano.
O Pensamento Republicano
Como se pode perceber o pensamento dessa casta cívico militar que governa o Brasil, antes Império, hoje República tem um carácter absolutamente refratário a qualquer noção de risco quer pelas possibilidades de serem alijadas do poder, como também, de não permitir o surgimento uma outra elite distante dos interesses estratégicos Yankees no Atlântico Sul.
Seguindo essa linha de raciocínio, qualquer noção de empreendedorismo no Brasil está associado a um certo risco, tanto para os interesses dessa casta cívico militar, quanto dos próprios Americanos.
Como consequência, a formação de um empresariado dinâmico e com apetite para risco foi sendo reprimido desde 15 de novembro de 1889, sendo substituído pelo intervencionismo Estatal e estatizante, através de funcionários públicos bem mais dóceis e obedientes aos interesses canhestros, obtusos e autoritários tanto dos Generais Brasileiros quando das políticas impostas pelos Yankees que emergem do Subsolo da Embaixada Americana em Brasília, capital Militar do Brasil Republicano de hoje, em oposição a antiga corte Imperial do Rio de Janeiro de antes.
Dessa forma, formou-se no Brasil, depois de 130 anos desse regime militar americanizado, um pensamento de caserna avesso a qualquer tipo de risco e portanto de empreendedorismo, que passa a ser mal visto, resultado de empresários espúrios e corruptos, em prol de fardados e togados honestos e concursados, vivendo a custa do Estado com altos salários e “absolutamente” sem riscos, nem mesmo para os militares, que nunca se envolveram em nenhum tipo de conflito militar, a não ser para jogar Tanques de Guerra nas ruas contra protestos de estudantes e dissidentes.
O empreendedorismo foi assim substituído pelo concurso público, que resulta em altos salários paras elites fardadas e togadas e, ainda, na farta distribuição de recursos públicos aos “empreendedores” dessa casta cívico militar através de conluíos que asseguram suas continuidades não apenas do complexo Estatal liberal do Estadao-folha-globo como também através dos recursos angariados como franquias do New York Times, Wall Street Journal, ou CNN-CIA.
Todos os demais, desde Matarazzos, Ike Batistas até Odebrecht estão condenados a esses riscos que não estão permitidos a casta cívico militar. Não vamos nos esquecer do papel “demolidor” dos Togados do programa lava-jato anticorrupção na destruição da maior empresa Brasileira de Engenharia que jamais e tinha existido com a Odebrecht, para não mencionar Ike Batistas que já foi considerado um dos homens mais ricos do mundo, ou ainda a empresária herdeira dos Matarazzos que terminou num quarto e sala.
Já o General Mourão aposentou-se e imediatamente foi eleito Senador pelo Rio Grande do Sul, sem nunca ter tido qualquer base eleitoral nesse Estado. O maior absurdo foi reservado ao obscuro funcionário do Senado e capitão carioca aposentado, o qual, magicamente tornou-se Governador de São Paulo sem nunca ter ao menos morado no Estado, quanto mais ter qualquer sólida base eleitoral que justificasse os votos que recebeu. Mas, o mais crítico é a quantidade de recursos públicos que esses personagens recebem no final do ano com gratificação por serem aposentados do exército, funcionários do Senado ou ainda como Senador ou Governador do Estado de São Paulo.
Pelo Prof. Ricardo Gomes Rodrigues
São Carlos, 14 de maio de 2024
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